Férias nequianas terminando!
Novo ano, nova lenha na foqueira, novo fogo queimando...
Ganhei de presente uma linda caixa, do ano de 1915. Manchada de tinta, com a marca de cada uma das horas que se deitou sobre a madeira, sobre o revestimento de papel, sobre a tinta, sobre as cantoneiras de metal... na plaquinha com o nome do primeiro proprietário: José Teixeira Pires de Moraes.
Apenas muitas horas depois de recebê-la, percebi, já na análise solitária do meu quarto, que a caixa possuía um compartimento extra. Se abriu como uma gaveta na parte de baixo, revelando a ausência de segredos guardados cedendo lugar à presença de alguns dos meus segredos desabrigados.
Com a descoberta, fiquei pensando sobre José Teixeira Pires de Moraes. Fiquei pensando na diferença que fazemos. Na diferença que fazem as pequenas e verdadeiras paixões. Pensei na ação da mão de José Teixeira sobre as dobradiças, na ação de guardar pincéis e papéis em seus compartimentos, na forma de carregar e largar... ações que mudariam o objeto para sempre, dando-lhe uma densidade imaterial, ifabricável e irreproduzível...
Pensei que este ano é um novo compartimento de uma caixa muito antiga. Que as pequenas e verdadeiras paixões de nosso grupo e de cada um de seus integrantes são as horas que se deitam, são as mãos de José Teixeira Pires de Moraes.
Antes de tudo, abramos a tampa deste ano e experimentemos.
Que comecem os trabalhos!
Feliz ano novo, nequianos!
Feliz ano novo a todos os Josés Teixeiras Pires de Moraes.